The Last of Us não é uma série de zumbi – Parte 2

The Last of Us não é uma série de zumbi – Parte 2

Há pouco tempo a primeira parte deste review saiu, e nela nós vimos um resumo do que aconteceu nos primeiros 5 episódios da série e todo o drama que eles nos apresentaram. Já nos últimos 4 episódios, que são nosso assunto hoje, temos muito mais de Joel e Ellie, da relação deles e dos impactos dela nas decisões tomadas. O que nos reserva O Arco do Inverno? O que sabemos sobre o passado da Ellie? Esse review finalmente chegará a alguma conclusão? Veremos agora!

Depois de uma longa caminhada, e agora, no frio do inverno, Joel e Ellie são abordados por um grupo montado e revistados em busca de qualquer indício de infecção, passando ilesos. Em segurança, são acolhidos na comuna de Jackson, onde Tommy finalmente é reencontrado pelo irmão, que agora também conhece sua cunhada Maria, a futura mãe de sua sobrinha. Entre os embates dessa família agora marcada pelos traumas, Joel começa a questionar suas condições de seguir protegendo Ellie ao passar mal repetidas vezes lembrando da perda de Sarah, a ferida aberta em seu coração. Ao pedir que Tommy seguisse o caminho até o centro de pesquisa dos Vagalumes, Ellie descobre que Joel planeja deixá-la e somos apresentados ao drama da menina de aparência durona, machucada pelo abandono. Num apelo que só uma filha faria a seu pai, e constrangendo seu coração com o desespero por ajuda, Joel vê de novo a cena que tanto lhe fazia falta: uma garotinha que o amava e lutava para expressar isso a um coração blindado pela aparência carrancuda. Não conseguindo resistir, ele decide seguir com Ellie e correr o risco de novamente se arriscar por amor. Depois de horas cavalgando, rindo e conversando sobre o futuro, eles chegam à universidade onde encontrariam os responsáveis pela pesquisa da cura, agora vazio e cheio de bilhetes apontando o local para onde fugiram. Ao se encontrar com outros vagantes, lutar e matar um deles, Joel fica seriamente ferido e os dois fogem apressadamente temendo por suas vidas. No entanto, algum tempo depois, Joel não resiste e cai, sendo esquentado apenas pelo abraço assustado de Ellie e mantido vivo só pelo carinho dela. Movida, Ellie também decide se mover e levá-lo para algum lugar seguro. A garota, que aparentava segurança total, havia conhecido a perda e a tristeza ao assistir Riley, sua melhor amiga no Centro de Treinamento da FEDRA, morrer depois de infectada pelo cordyceps, e faria de tudo para que isso não se repetisse. O amor mantinha Ellie lutando também.

Os dias passaram e Ellie seguia tentando cuidar de Joel que, ferido, não tinha forças pra se manter acordado. Durante uma caçada, teve sua presa encontrada por David, líder de uma comunidade que passava por séria escassez de alimento e que estava tomando medidas extremas para não morrer de fome. Em troca de uma injeção de penicilina para Joel, ela entrega o sucesso de seu tiro certeiro e volta para cuidar de seu pai (sim, agora era seu pai!). No entanto, a segurança dos dois não dura muito, pois o grupo volta querendo vingança por um motivo até então desconhecido por ambos: o homem morto por Joel e que também o feriu era um deles. Os homens levam Ellie para o resort onde estavam vivendo e começam a revirar a cidade buscando vingar seu amigo. Ellie, agora presa, descobre a medida extrema que estava mantendo aquele grupo em apuros alimentado; cheia de revolta, ataca David e consegue fugir da cela onde a prendiam, enquanto não tão longe dali, Joel havia se levantado e vencido os que tentavam matá-lo ao perceber sua garotinha em perigo. Enquanto ele arranca (literalmente) as informações e vai atrás de Ellie, ela enfrenta e vence David. Depois disso, ambos se encontram traumatizados e assustados, mas confortados por estarem juntos. Depois de passarem pelos piores perigos e sentirem o gosto da distância, Ellie e Joel finalmente percebem a família que haviam se tornado. Lá fora é frio e as pessoas são cruéis, mas nos braços de quem amamos há paz pra ser “só” uma garotinha.

No início do último episódio, temos uma pequena pausa para um flashback. Vemos uma jovem mulher aterrorizada correndo dos barulhos perturbadores de um Estalador, e logo em seguida, se trancando dentro de uma casa no campo. Sua corrida pesada é justificada pela barriga de uma gestação completa que carregava, com a criança que ainda não havia nascido. Na adrenalina do momento, e sozinha, essa mulher tenta fazer seu próprio parto no chão de um quarto, quando o Infectado consegue alcançá-la. Ela tem êxito, como também o seu adversário fúngico, que consegue mordê-la antes que fosse cortado o cordão umbilical e momentos antes de ser morto pela agora mãe. Marlene, integrante dos Vagalumes que foi assunto na primeira parte do review, chega logo, em seguida recebendo ordens para levar a criança em segurança e ouvindo duas coisas: “Eu cortei o cordão antes” e “O nome dela é Ellie”. Agora, não somente Joel e sua origem é conhecida, como sabemos também o que forjou aquela adolescente durona que vemos. Os tempos difíceis chegaram, e tiraram muito de todos…

De volta à linha temporal principal, voltamos a nossa dupla. Quebrados, por dentro e por fora, Ellie e Joel seguem sua viagem até Salt Lake City, cidade apontada como o destino dos pesquisadores fugidos, que esperavam por Ellie. Por breves momentos, eles puderam parar e observar a beleza em meio ao caos e lembrar como é viver em paz; por alguns minutos, pai e filha estiveram num zoológico alimentando girafas e sorrindo juntos. Naquele ponto, eram pai e filha, e Ellie era a cura para a tristeza que tomou o coração de Joel vinte anos atrás e o tornou insensível. Num momento de descuido, eles são capturados pelos Vagalumes e levados para que os procedimentos pudessem ser feitos; mas, neste ponto já era óbvio que Joel não arriscaria perder sua menininha… não de novo. Tomado por seus instintos, ele elimina todos os envolvidos na tentativa de desenvolver a cura, incluindo Marlene, que deu essa missão a Joel. Com sua garotinha no colo e um rastro de sangue atrás de si, ele segue para fugir com Ellie e levá-la de volta para Jackson. Novamente acordada, Joel jura estar contando a verdade ao dizer que haviam outros indivíduos imunes como ela, e que, por isso, as operações só mudaram e não dependiam mais dela…

The Last of Us não é uma série de zumbi. Não é sobre incontáveis batalhas contra hordas, sobre a emoção e o medo de fugir por lugares difíceis ou mirar o tiro no lugar certo. The Last of Us é sobre família. Sobre um homem ferido pela perda, seu processo de cura e seu apego ao que (ou quem) o curou. Sobre como podemos ser irracionais, fortes e corajosos quando se trata de quem amamos. Sobre o tempo que não cura as feridas, mas que talvez nos dê uma segunda chance. Sobre o bem que fazemos julgando ser o melhor. Sobre cultivar a beleza mesmo em meio ao desespero e tristeza. Sobre os sentimentos que não podem ser somente sentidos, mas expressados em palavra e ação. Sobre se sacrificar por aquilo que se acredita. Sobre participar dos altos e baixos do ser humano. Sobre valorizar cada passeio com nossos melhores amigos. É sobre nunca desistir das pessoas, e nunca abandoná-las.

Essa fantástica série já tem segunda temporada confirmada, adaptando parte do segundo jogo da saga, e trazendo ainda mais drama, dilemas e principalmente, qualidade. Pedro Pascal (o cara do momento), Bella Ramsey e outros talentosos atores prometem voltar. Eu vou estar atento desde o primeiro teaser lançado, e você? Gostou da série? Tem críticas? Acha que é sim uma série de zumbi? Comente com a gente, compartilhe sua opinião nas redes sociais e espalhe esse texto (mas só pra quem já assistiu, ok?).

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