O que diabos foi a dança dos dragões?  

O QUE DIABOS FOI A DANÇA DOS DRAGÕES?  

Para os fãs de Game of Thrones, acompanhar a série House of the Dragon é um acalento na alma. Ela apresenta uma trama mais antiga de Westeros, em que uma guerra civil aconteceu durante a Dinastia Targaryen.  

Duelos de dragões, traições e uma disputa intensa pela sucessão do Trono de Ferro. Isto é A Casa do Dragão. 

Aqueles que acompanham os livros de George R. R. Martin já devem ter encontrado referências à Dança dos Dragões. E para os que exploram ainda mais as histórias, é possível obter mais informações em um livro que narra detalhadamente a história dos Targaryen em Westeros: “Fogo & Sangue – Livro Um”, no qual a série se baseia perfeitamente. 

Mas o que diabos foi a Dança dos Dragões? Para entendermos um pouco melhor, voltaremos um pouco no tempo, mais precisamente ao ano 129 após a Conquista de Aegon. Nesse ano, o reinado era de Viserys I (não, não é o Viserys irmão de Daenerys). Era seu último ano governando antes de morrer e passar o Trono de Ferro para sua filha mais velha, Rhaenyra Targaryen. No entanto, Westeros nunca foi governado por uma mulher. Isso levantou muitas questões de outros lordes e grandes senhores por todo o continente, questionando se seria adequado ou não permitir uma mulher no poder. Essa hesitação foi uma carta na manga para Alicent Hightower colocar seu primogênito, Aegon II e irmão de Rhaenyra, como o verdadeiro Rei de Westeros. Mas quem é Alicent? E porque Aegon II e não Rhaenyra?   

Eu sei, é confuso. Então, antes de explicar a Dança dos Dragões, para apresentar os dançarinos principais, voltaremos ainda mais no tempo:  

O ANTIGO REI JAEHAERYS teve muitos filhos (muitos filhos ele teve). Dentre os mais velhos, os destaques foram Aemon e Baelon.  

Aemon casou-se com sua prima, Jocelyn Baratheon, e juntos tiveram a primeira participante da futura guerra civil: Rhaenys Targaryen.  

Baelon casou-se com sua irmã, Alyssa. Dessa união, nasceram duas crianças, o primogênito Viserys e o mais novo Daemon.  

Em certo ano, o Rei Jaehaerys convocou um grande conselho para determinar quem seria seu sucessor. De acordo com a ordem de nascimento, a escolhida seria Rhaenys, filha do primogênito. No entanto, a vitória recaiu sobre Viserys, e assim Westeros optou por um homem como seu governante.  

VISERYS tinha um irmão mais novo, Daemon Targaryen.  

Viserys casou-se com sua prima, Aemma Arryn. Ela lhe deu Rhaenyra Targaryen.  

Viserys teve outro filho com Aemma, mas ele morreu logo após nascer. Aemma faleceu durante o parto.

Viserys, decidido, faz os Sete Reinos jurarem lealdade a sua nova sucessora, Rhaenyra.  

DAEMON: irmão mais novo do Rei Viserys.  

Daemon casou-se com Rhea Royce, porém esse casamento não resultou em nada. No futuro, ele se verá em mais dois casamentos.  

RHAENYS: prima de primeiro grau de Viserys e Daemon. Casa-se com Corlys Velaryon e dá à luz Laena e Laenor. 

RHAENYRA: primogênita de Viserys. Seu casamento será com Laenor Velaryon. Juntos terão 3 filhos – Jacaerys, Lucerys e Joffrey.  

 
ALICENT HIGHTOWER: filha de Otto Hightower, Mão do Rei. Por estratégia política de Sor Otto, após a morte da rainha Aemma, Viserys casa-se com Alicent. Ela dá ao rei 4 filhos: Aegon II, Helaena, Aemond e Daeron.  

 
LAENA: Casa-se com Daemon, e juntos têm duas filhas, Rhaena e Baela.  

 
LAENOR: Casa-se com Rhaenyra e têm três filhos juntos. 

 
CORLYS: Senhor das Marés, e o homem mais rico de Westeros.  

 
AEGON II: Filho mais velho do Rei Viserys com Alicent. Casa-se com sua irmã, Helaena.  

 
HELAENA: após casar-se com seu irmão, dá à luz três filhos, Jaehaerys, Jaehaera e Maelor.  

 
AEMOND: o caolho.  

 
DAERON: o caçula de Alicent 

Esses são os dançarinos que possuem o mesmo sangue. Existem outros participantes importantes e que fizeram muita diferença durante essa guerra civil. O Rei Viserys faleceu e somente Alicent, seu pai e sua “bolha” foram informados sobre esse trágico evento. A verdadeira herdeira não recebeu qualquer notificação a respeito da morte do pai. Essa manobra resultou na coroação apressada de Aegon II, sem a presença de várias casas. 

Rhaenyra, por meio de seus espiões, obteve as notícias. 

A Targaryen começou articular mensagens às Casas mais distantes, pedindo apoio. Ela incluiu o fato de que essas Casas haviam jurado lealdade a ela no passado. 

  
Enquanto, por um lado, Aegon acusava sua meia-irmã mais velha de traição, por outro lado, Rhaenyra mostrava que seu meio-irmão poderia ser perdoado por usurpar seu trono. É importante ressaltar que Rhaenyra não tinha problema nenhum em conviver pacificamente com seus irmãos. E Aegon sabia que, legitimamente, o trono deveria ser de sua irmã. Aliás, Aegon nem queria mesmo ser rei. Digamos que o jovem Targaryen tinha interesses menos gananciosos e mais… boêmios; ele frequentemente era encontrado nos bordéis da cidade. Rhaenyra nutria pensamentos de paz por seus meio-irmãos, e eles por ela. No entanto, Alicent, com sede de poder, privava-os dessas informações. Querendo ver os filhos no trono, ela incutia neles sentimentos de amargura e alimentava acusações contra Rhaenyra. Alicent dizia que Rhaenyra tivera três filhos ilegítimos com Sor Harwin Strong, um dos guardas da patrulha; sendo assim, não deveria ser coroada, e nenhum dos filhos dela seria digno de ascender ao trono. 

Com essa divisão da realeza, torna-se fácil a criação de facções. Os Verdes, pelo lado de Aegon. Os Negros, pelo lado de Rhaenyra. Muitas casas poderosas começaram a escolher um lado, até mesmo entre os cavaleiros da guarda real.   

E para deixar tudo mais agitado, entra em cena o fator dragões. Os negros possuíam mais dragões que os Verdes. Rhaenyra contava com o apoio da casa Velaryon, que possuía a maior frota marítima; além dos dragões de Rhaenys, de Daemon e de cada um de seus filhos, o que lhe conferia uma vantagem enorme em combate.   

O início de um confronto físico se aproxima cada vez mais. Mas antes disso, cada facção busca obter apoio das Casas de Westeros, e tenta convencer aqueles que já haviam optado pelo lado oposto. Certo dia, os filhos mais velhos de Rhaenyra voam como mensageiros para lugares diferentes a fim de obter alianças. Jace vai para Winterfell conversar com Lorde Cregan Stark, resultando em uma ótima e verdadeira aliança. Enquanto Luke vai para Ponta Tempestade ganhar o apoio de Lorde Borros Baratheon. Mas a situação muda quando Luke encontra Aemond, da facção oposta, no mesmo lugar, com o objetivo de também conseguir apoio político. Aemond não consegue conter sua ira e busca vingança por um incidente passado, no qual Lucerys o feriu gravemente, causando a perda de seu olho. Ele aproveita a situação para amedrontar Lucerys. Uma perseguição ocorre pelos ares e o dragão de Aemond acaba por matar tanto Lucerys quanto seu próprio dragão. Alguns historiadores em Westeros afirmam que é exatamente nesse momento que a música da Dança dos Dragões começa a tocar. Dá-se início a um dos períodos mais épicos e sangrentos de todo o continente.  

Após a “melodia” trágica chegar aos ouvidos de Rhaenyra, toda a sua vontade de evitar um confronto cai por terra. Daemon promete que haverá vingança e contrata duas figuras extremamente perigosas, Sangue e Queijo. Esses dois “dançarinos” vão ocasionar a morte de um dos filhos de Aegon II. Um episódio forte e avassalador para a vida de Helaena, a mãe dos pequenos.  

Já o confronto em batalhas começa com Rhaenys e Aegon. Os dragões dançam da forma mais eficiente possível, trazendo muitas consequências e má administração a Porto Real. Assim, fica favorável a Rhaenyra tomar o trono. Enquanto a dança dos dragões acontece na capital, outra parte da canção sinistra também toca em Harrenhall, mostrando que dragões não são seres imortais.  

Certos dançarinos morrem durante a dança, e mais outros juntam-se a ela. Quatro novos domadores de dragões surgem e aliam-se ao lado dos Pretos. Quase um ano se passa desde o início da guerra, com batalhas ocorrendo em várias regiões distantes. Uma delas é a batalha da Goela, ocasionando uma nova perda significativa para os Pretos.  

Após investidas, tomadas, e muitas batalhas, Rhaenyra consegue fazer reféns e tentar evitar mais estragos no reino. Mas ainda havia apoiadores dos Verdes. Ao mesmo tempo, a população da capital dava ouvidos a um certo pregador que conseguiu reunir milhares de ouvintes para “condenar” a família Targaryen pelo costume de se darem em casamento entre irmãos, tios e primos. O fanatismo cresce da mesma forma descontrolada que o medo. A população quer fazer justiça com as próprias mãos e ataca o fosso dos dragões para aniquilar as criaturas. Incidente inesquecível que resultou em inúmeras mortes. 

Traições e perdas significativas moldam um novo reino. Um reino quase quebrado, quase falido, e totalmente dividido pelo medo. Aos poucos, a dança vai diminuindo, na mesma proporção que os dragões. O fim dessa guerra civil é uma enorme listagem de acontecimentos que a série ainda vai abordar. 

As reviravoltas e os pontos de vista apresentados fazem com que cada leitor escolha um lado.  

A dança termina triste, quase sem som… ou melhor, definitivamente inaudível. A magia morre junto com a dança de muitas batalhas. A Batalha dos Naufrágios, a do Moinho flamejante, a Batalha de Vinhomel, da Margem do Lago, da Barreira de Pedra, do Pouso de Gralhas, Batalha na Goela, e até mesmo as traições de Tumbleton. 

Dois anos foram o bastante para semear ódio e medo a todos os reinos. Ambos os monarcas morreram (Aegon e Rhaenyra), deixando o trono para Aegon III, o filho mais velho de Daemon e Rhaenyra. Ele vivenciou todo o desastre ainda criança, sendo conhecido como o primeiro Targaryen a não ter um dragão, o Azarado.  

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